Hoje
vim falar de um tema que perdeu o foco nas mídias nesses últimos dias, mas que nunca
perdeu a importância. Vim hoje, discutir sobre o meio ambiente.
No final de Maio e início de Junho, o
tema mais comentado em todos os meios de comunicação era sobre a famosa Rio+20,
suas ideias, propostas e sobre todos os preparativos do grande evento. Eram
citados nomes de presidentes, primeiros ministros, geógrafos, ecologistas,
entre outros. O que mais ouvíamos falar, primeiramente, era sobre as medidas
indispensáveis adotadas pelo Rio de Janeiro para receber tal Conferência. O
objetivo parecia ser o de informar a população de que o Brasil estaria
realizando uma reunião importantíssima com porte internacional. Só. É claro que
muitas pessoas correram atrás para descobrir do que se tratava a reunião, e
quais aspectos seriam discutidos esse ano. Porém, somente mais adiante que
jornais, revistas e canais de televisão passaram a divulgar as ideias e os
acordos que estavam acontecendo.
Engraçado que a mídia aproveita de
eventos como esse, para fazer propagandas. Enquanto o encontro acontecia, todos
os anúncios publicitários estavam relacionados com a Rio+20. Desde propagandas
de carros, bancos, fábricas até produtos de beleza. Seria esse um modo de
difundir a ideia de sustentabilidade ou seria esse apenas mais um meio para as
empresas venderem seus produtos?
A cara do Brasil mudou durante essa organização.
Se tudo era somente fachada ou se o país realmente mudou, é o que temos que
analisar. Uma das novas leis aplicadas consiste na substituição de sacolinhas
plásticas por sacolas retornáveis. A lei que proibia a distribuição de sacolinhas
nos supermercados foi implantada no dia 25 de janeiro de 2012 em São Paulo,
durando apenas oito dias. Por causa dos protestos, a Associação Paulista de
Supermercados (Apas), o Ministério Público Estadual e o Procon-SP decidiram
fornecer mais 60 dias, tempo estabelecido para a adaptação dos consumidores. A
lei entrou novamente em vigor, no dia quatro de abril e a população passou a
usar caixas de papelão, carrinhos de lona, ecobags,
entre outros. Os consumidores se conformaram e se acostumaram com a ideia após
certo período de recusa. Carregar as ecobags no porta-malas já havia virado
rotina.
Porém, foi apenas acabar a Rio+20 e
toda a discussão sobre meio ambiente se dissipou. Após três meses, as sacolinhas
plásticas voltaram a circular. No dia 28 de junho os supermercados de São Paulo
voltaram a fornecer sacolas aos consumidores, de maneira obrigatória. Por acaso
essa medida só pretendia uma visão positiva, por parte dos ecologistas estrangeiros
durante a Conferência? É o que parece.
Mas afinal, o que é a Rio+20? A Rio+20
foi uma reunião sobre o meio ambiente que aconteceu aqui no Brasil, no Rio de
Janeiro. Reunindo 50 000 visitantes, delegações de 190 países, ONGS de todos os
tipos e indígenas do Brasil e de fora, a Rio+20 contrapõe os países ricos com
os países pobres e emergentes no que diz respeito às visões de crescimento
sustentável. Entre elas, encontram-se questões como adaptar o crescimento da
economia com a sustentabilidade e também, para quem sobrará a conta por essa
mudança, a qual não sairá barata. Um dos maiores problemas encontra-se no fato
de que alguns países que antes eram ricos estão agora em crise, e consequentemente
ficaram menos ricos, diminuindo o potencial para investimentos.
A chamada ‘economia verde’ tem como
objetivo considerar além da saúde financeira, seu impacto social e ambiental,
ou seja, melhorar o bem-estar social sem a necessidade de para isso, aumentar
os riscos ao meio ambiente. Algumas ideias são a criação das Metas do
Desenvolvimento Sustentável (estabelecimento de prazos, metas e objetivos),
criação de um novo conceito de PIB, o qual medirá o investimento em educação,
bem-estar e sustentabilidade de produção, e a criação de um órgão regulador
mais forte e desvinculado da ONU. Encontramos nessas propostas, certa oposição entre
os países, uma vez que cada nação possui características e necessidades
distintas. Um país emergente como o Brasil, por exemplo, apoiará ajuda financeira
de ricos para os países em desenvolvimento, mas tal proposta não é aceita pelos
países do Oriente como Japão e Coreia do Sul.
Outro fator muito importante está
relacionado à demografia. O aumento da população causa um desenvolvimento
econômico, porém também gera degradação ambiental. Atualmente, o Brasil
encontra-se em um período de bônus demográfico, ou seja, a quantidade de
população ativa é superior ao número de crianças e idosos em todo país. Isso pode
ser bom para o crescimento econômico e social, mas pode também necessitar de
medidas inteligentes por parte dos governantes, uma vez que há a demanda de
investimentos em educação e em aproveitar a fase benéfica sem degradar o meio
ambiente.
Há muitos elementos que devem ser
explorados, julgados e que ao serem discutidos, devem levar em consideração,
não apenas o fator em si, mas todo o meio que este engloba. Ao pensar na
economia, fatores como população, meio ambiente e qualidade de vida não podem
ser deixados de lado, uma vez que todos estão relacionados entre si; um depende
do outro de forma que se um cair, todos caem.